Pesquisar este blog

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Artigo do Mês de Novembro

Importância do vínculo afetivo nas instituições
Relendo uns artigos e textos que tenho no meu arquivo pessoal, me deparo com um texto intitulado “Construir o Vínculo Afetivo” de Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro (1999), e resolvi levantar alguns questionamentos pertinentes para o contexto organizacional, já que estamos também falando de trabalho grupal.
Vamos pensar um pouco no próprio termo “vínculo afetivo”. Vínculo é a relação que se estabelece e que é construída entre as pessoas durante e através da convivência grupal, portanto, ele é o responsável por fortalecer e aprofundar os afetos nas relações dos seus integrantes. Esses afetos podem variar e incluem uma gama grande de emoções, que podem ir do amor ao ódio, da inveja á solidariedade, entre outros.
A liderança da empresa deverá ter uma sensibilidade para tentar manter esse vínculo num patamar positivo, pois este deve ter um caráter libertador, permitindo a expressão de questões que conduzam à autonomia, abrindo espaços para que surjam novos questionamentos, quebrando preconceitos e impedindo que os rótulos se tornem permanentes e os papéis fixos, podendo assim prejudicar o bom funcionamento da empresa.
O texto em questão nos traz algumas “dicas” para o líder atento manter condições favoráveis à manifestações positivas dentro do grupo de trabalho, como por exemplo:

1)    Disponibilidade interna: começando pela liderança, todos devem procurar manter uma disponibilidade a estar ali e construir algo em comum, de  forma verdadeira e sincera. Mesmo que isso signifique que tenham que “gastar” algum tempo juntos até mesmo fora da empresa, como uma capacitação de grupo, um curso, ou até atividades de lazer que possam ser feitas com a participação de todos, um jogo, um churrasco, etc;
2)    Aceitação das diferenças individuais e do jeito e ser e cada um: é importante cada um aceitar que não somos iguais, e que esta aceitação aumenta a possibilidade de compreender que a diferença é um elemento que enriquece, mostrando outras formas de ser e de fazer. Aprender a valorizar as diferenças permite ampliar o horizonte.
3)    Confiança na capacidade de transformação pessoal: é fundamental que a liderança da empresa acredite na possibilidade de transformação pessoal, reconhecendo que tôo indivíduo tem a capacidade de adaptar-se a novas experiências e formas de ser, superando as dificuldades encontradas no dia-a-dia.
4)    Escuta e acolhimento oferecidos a todos: todos devem ter a mesma oportunidade de dizer suas opiniões e idéias acerca do trabalho e das necessidades do grupo, porém também deve estar abertos a escutar o outro. A liderança deve sempre estar atenta a estimular a participação de todos.
5)    Cuidado com o bem estar do grupo: o grupo precisa encontrar na liderança um profissional seguro, acolhedor, que ouve, que está disponível para receber o que o outro deseja compartilhar com ele, seja críticas ou elogios. “Cuidar do bem-estar do grupo é acolher o que este tem a oferecer e propiciar condições que garantam a expressão, assim como reflexão do que é vivida pelo indivíduo”.
6)    Busca das qualidades existentes em cada indivíduo: devemos pensar que no grupo todos tem uma contribuição pessoal a dar. Buscar as qualidades individuais quebra rótulos e papéis rígidos que possam estar estagnados na pessoa e no grupo.
7)    A expectativa em relação ao trabalho:a liderança deve dar-se conta que nem sempre o que se espera do trabalho coincide com a realidade. Portanto, cabe a ele tentar mostrar como é a realidade do trabalho e tentar suprir as necessidades geradas pelas expectativas.
8)    Cuidado com as relações preexistentes ao grupo de trabalho: relações afetivas criadas em contextos diferentes das situações de trabalho sempre existirão, principalmente na nossa realidade, onde a maioria das empresas são “familiares”; porém cuidado para os vínculos pessoais não afetarem as relações de trabalho. Cabe á liderança ter sensibilidade suficiente para trabalhar com os sentimentos que surgem ou que existam e tentar fazer com que estes não interfiram no bom andamento da empresa.

Devemos lembrar que cada grupo tem suas próprias características, portanto devemos também trabalhar levando em conta essas características que fazem cada grupo ser único e singular, no entanto, sem esquecer que na empresa todos devem ter o mesmo objetivo, atingir as metas traçadas para cada setor ou empresa.
Ressalto a importância da orientação dada pela liderança da empresa para que seja criado o vínculo afetivo do grupo de trabalho de forma que este sirva como mais um instrumento a favor do bom andamento da empresa.


Verônica Valadares

Especialização em Psicologia Clínica e Psicopedagogia

Bacharelado em Psicologia

Professora do Centro de Ensino Superior- CESAC
Disciplina: Psicologia Organizacional

Nenhum comentário:

Postar um comentário